Streaming no Brasil

Nos últimos anos, o entretenimento nos lares brasileiros têm passado por uma verdadeira revolução. A presença da televisão tradicional está diminuindo, enquanto os serviços de streaming ganham cada vez mais espaço. Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo IBGE em 2024, mostram bem essa mudança.

Em 2023, dos 78,3 milhões de domicílios brasileiros, 4,5 milhões não possuíam televisão – isso representa 5,7% do total. O número tem aumentado progressivamente: eram 2,8% em 2016 e 5,1% em 2022. Segundo o analista, Gustavo Geaquinto Fontes, essa mudança reflete novos hábitos da sociedade, que está se adaptando às novas formas de consumo de conteúdo.

A TV por assinatura também segue em queda livre. Em 2016, 33,9% dos lares tinham esse serviço. Em 2022, o número caiu para 27,7%, e em 2023, para 25,2% (18,6 milhões de domicílios). O principal motivo para essa queda mudou ao longo do tempo: antes, o preço alto era o maior obstáculo; agora, é a falta de interesse. Em 2023, 64% dos entrevistados disseram não assinar TV paga simplesmente porque não querem, enquanto 34,9% ainda consideram o custo um fator decisivo. Outra razão que vem crescendo é a substituição pela internet: em 2016, apenas 1,6% dos lares apontavam isso como razão para cancelar a TV paga, mas em 2023 esse número subiu para 9,5%.

O IBGE também vem acompanhando a presença de serviços de streaming pagos nos lares brasileiros. O número de residências com acesso a essas plataformas subiu de 31,061 milhões em 2022 para 31,107 milhões em 2023. No entanto, percentualmente, houve uma leve queda de 43,4% para 42,1% dos lares com TV. Mesmo assim, a tendência é clara: o streaming está dominando o consumo de entretenimento.

Nem todos têm acesso igual ao streaming. Nas regiões Sul (49%), Centro-Oeste (48,2%) e Sudeste (47,6%), quase metade dos domicílios já assinam serviços de streaming. Já no Norte e no Nordeste, os percentuais são de 37,5% e 28,2%, respectivamente. A desigualdade econômica também se reflete nesse mercado: a renda média das famílias com streaming é de R$2.731 por mês, enquanto nas que não possuem esse tipo de serviço é de apenas R$1.245.

Provedores de internet tem acompanhado essa mudança no consumo de entretenimento com a migração das TVs por assinatura tradicionais para serviços de streaming. Muitos ISP têm investido na oferta de plataformas de vídeo sob demanda como parte de seus planos para agregar valor à experiencia dos clientes e incentivar a fidelização. A tendência é que cada vez mais provedores adotem essa abordagem e deixem de lado os tradicionais pacotes de TV paga para apostarem em soluções mais flexíveis e alinhadas com os novos hábitos dos consumidores.

Os dados mostram que a maneira como os brasileiros consomem conteúdo está mudando rapidamente. A televisão tradicional perde espaço, enquanto o streaming ganha força. O futuro do entretenimento está cada vez mais digital e sob demanda. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts Recentes

Categorias

Expanda seu negócio conosco!